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As origens da culpa

Posted by Magali Marcadores:



Há dois caminhos básicos, pelos quais a culpa torna-se uma parte da bagagem emocional do indivíduo. No primeiro, a culpa é aprendida na primeira idade e permanece com o adulto como um resíduo da reação infantil. No segundo, a culpa é autoimposta pelo adulto, por uma infração de um código que ele afirma observar.
1. Culpa residual. Esta culpa é a reação emocional que se carrega com as lembranças da infância. Há numerosos geradores dessa culpa e embora funcionem para produzir resultados nas crianças, as pessoas as continuam carregando como adultos. Alguns desses resíduos envolvem advertências, tais como:
Papai não vai gostar mais de você, se fizer isso outra vez”.
“Você devia sentir-se envergonhado de si mesmo”.
“Depois de nove meses te carregando, em minha barriga, essa é a paga que você me dá”.
Quando adulto, os subentendidos por trás dessas frases ainda podem ferir, se uma pessoa decepciona seu patrão, ou outros que tenha transformado em pais. A persistente tentativa de lhes ganhar o apoio está presente, do mesmo modo que a culpa, quando os esforços não são bem sucedidos.
A culpa residual também aparece no sexo e no casamento e pode ser encontrada nas numerosas autocensuras e desculpas pelo comportamento anterior. Essas reações de culpa se manifestam como resultado de se ter aprendido, na infância, a ser manipulado pelos adultos, mas ainda podem operar quando a criança cresce.
2. Culpa autoimposta. Essa segunda categoria de reações de culpa é uma área muito mais difícil. Nesse caso o indivíduo está sendo imobilizado por coisas que fez recentemente, mas que o se vinculam, necessariamente, à sua vida de criança. Essa culpa é imposta ao eu quando uma regra adulta, ou um código moral, é quebrado. O indivíduo pode sentir-se mal por longo tempo, muito embora seu sofrimento nada possa fazer para alterar o que aconteceu. Exemplos típicos de culpa autoimposta incluem falar asperamente com alguém e odiar-se por isso, ou esgotar-se emocionalmente, no presente, em razão, não frequentar alguma religião ou ter feito algo julgado como algo errado no passado, etc.
Assim, você pode considerar todas as suas sensações de culpa ou como reações a padrões impostos residuais, nos quais você ainda está tentando agradar a uma autoridade ausente, ou como o resultado de tentar viver de acordo com padrões autoimpostos, que realmente você não aceita, mas que por alguma razão finge aceitar. Em qualquer dos casos, é um comportamento estúpido e, mais importante, sem qualquer utilidade. Você pode ficar sentado o resto da vida, lamentando-se sobre o quanto foi mau, sentindo-se culpado até morrer, e nem um minúsculo fragmento dessa culpa irá contribuir de maneira nenhuma para corrigir esse antigo comportamento. Está acabado! Sua culpa. É uma tentativa para mudar a história, para fazer com que ela não seja como é. Mas a história é assim e você nada pode fazer a respeito.
Você pode começar a mudar de atitude sobre as coisas em relação às quais experimenta sentimento de culpa. Nossa cultura tem muitos traços de puritanismo que enviam mensagens como: "Se é divertido, espera-se que você se sinta culpado fazendo isso." Muitas das suas próprias reações de culpa autoimpostas podem ter suas origens situadas nesse tipo de raciocínio. Talvez você tenha aprendido que não deve satisfazer seus desejos, nem achar graça numa piada imoral, ou que não deve ter determinado comportamento sexual. Embora as mensagens repressivas sejam onipresentes em nossa cultura, a culpa por se sentir gratificado é puramente auto infligida.
Você pode aprender a saborear o prazer sem um sentimento de culpa. Pode aprender a ver a si mesmo como alguém que é capaz de fazer qualquer coisa que se enquadre em seu próprio sistema de valores e que não prejudique os outros - e a fazer isso sem culpas. Se você faz alguma coisa, seja lá o que for, e não gosta da coisa em si, ou de você mesmo por tê-la feito, pode jurar que eliminará tal comportamento voluntariamente, no futuro. Mas experimentar uma sentença de culpa autoimposta é uma viagem neurótica que você não precisa fazer. A culpa não ajuda. Não só mantém você imobilizado, mas também estimula as oportunidades de que venha a repetir o comportamento indesejável.
A culpa pode ser a sua própria recompensa, bem como a permissão para repetir o comportamento. Enquanto você guardar a justificativa potencial de absolver-se através da culpa, será capaz de manter-se nessa roda viciosa que não conduz a parte alguma, salvo à infelicidade presente.


Texto do livro Seus Pontos Fracos







Será que nos damos o tempo necessário para percebermos esse jogo psicológico que herdamos nesta sociedade caótica? Caso respondamos que tempo é dinheiro e pensar nesses ritmos mentais e perda de tempo e só para quem é louco, convido a reavaliar e refletir... Ou o tombo será grande... 


Luz, paz e força na caminhada