Uma
construção não é feita repentinamente. Primeiro prepara-se o terreno e cavam-se
as fundações. Se pega a areia, adicionam-se-lhe o cimento e a água, obtendo-se
a massa.
Pedra
por pedra é colocada e firmada. Ao se erguerem as paredes, os tijolos são
cuidadosamente assentados. Cada um que se acrescenta precisa alinhar-se
com todo o conjunto. A ascensão da consciência é feita do mesmo modo,
gradualmente, e para que possa refletir-se com clareza na vida externa deve ser
continuamente cultivada.
O
parâmetro que indica o amadurecimento do ser é sua conduta na vida diária. Seu
campo de aprendizado e serviço é a lida rotineira, o trabalho e o contato com o
que o circunda. Os momentos de silêncio, de recolhimento, de mergulho no próprio
ser interno agem imperceptivelmente, possibilitando que sua vida se eleve em
vibração.
A
vida divina é um estado interno, próprio de civilizações intraterrenas e
suprafísicas. Entretanto, sua energia deve estar impressa, materializada em todos os níveis de consciência
do ser e, no futuro, do planeta. Uma das principais metas
da evolução é levar o indivíduo a manifestar a vida divina onde quer que ele se
encontre.
A
vida divina não é objeto de idolatria, mas uma realização a ser assumida pelos
homens da superfície da Terra em cada ação diária. A oração, o estudo de leis
espirituais e a interiorização de pouco adiantam se não há a predisposição, sem
reservas, para superar os aspectos retrógrados arraigados na consciência. Tais
aspectos, próprios da vida normal de superfície, já foram transcendidos nos
níveis sutis dos mundos intraterrenos, e os seres que nesses mundos evoluem
compõem um patamar superior dentro da vida-humanidade.
Quando
um indivíduo, que tem um ritmo de vida circunscrito aos parâmetros normais
desta civilização, alcança estágios que requerem consonância entre as leis
espirituais a ele reveladas e sua vida externa, inevitavelmente surgem conflitos.
A evolução faz-se por atualizações contínuas.
A
vida divina é um estado que exprime imparcialidade e impassibilidade.
Entretanto, a penetração de sua energia na vida material - como
está agora ocorrendo – desencadeia uma série de ajustes, pois a matéria tende à
inércia e a existência real é auto transformadora, adequando-se permanentemente aos
desígnios da lei evolutiva.
A
vida divina não propala superioridade; antes, procura compreender a todos e,
por meio da sabedoria e do amor, indica-lhes os caminhos sagrados, caminhos que
levam à evolução imaterial. Aquele que é tocado pela
vida divina não julga nem se vangloria. Entrega-se
à humildade, pois a altivez é filha do engano.
O
despertar de estados divinos é silencioso. Estimula a reverência,
o rigor e a sobriedade, porém inunda o ser de uma
doçura e paz básicas para que possa servir aos irmãos.
Como pode um ser reclamar o encontro interno, se ainda não consegue
conviver harmoniosamente com os semelhantes?
Quando entendermos que é necessário silenciar nossos movimentos pessoais que se refletem em nossos desejos e apego... Estaremos abertos para a entrada num novo modo de pensar e agir... O texto acima é finalizado com um questionamento... Quem estiver aberto para as mudanças saberá o que o silêncio representa...
Força, Luz e Paz na caminhada
Extraído do livro: O visitante de Trigueirinho