Na medida em que nos
aproximamos do ambiente exterior, estamos acionando um processo de
aprimoramento das qualidades latentes no nosso ser. Ao superar os obstáculos impostos pela vida,
não só ampliamos os nossos horizontes e nos tornamos mais gabaritados, como
também diluímos os nossos bloqueios e resolvemos os nossos próprios conflitos.
Por meio das situações externas, superamos as dificuldades internas, e,
consequentemente, desenvolvemos habilidades para lidar com as qualidades
inerentes ao ser. A consciência está
mergulhada no seu próprio universo inconsciente. A realidade exterior promove a transferência
dos conteúdos do inconsciente para o domínio consciente. Pode-se dizer que o
mundo a nossa volta é fiel representante das condições internas. Os episódios
agradáveis equivalem à manifestação dos nossos potenciais. Já as ocorrências
desagradáveis referem-se aos conflitos interiores. As coisas existem ou são
percebidas ao nosso redor por serem compatíveis com nossos conteúdos. Somente
acusamos a presença de algo, se houver algum fator em comum. Caso contrário,
não passa de mero registro, sem despertar qualquer impulso de interação, ou
seja, passará despercebido. A própria regularidade com que identificamos certos
eventos é baseada na predisposição para percebermos determinados episódios.
Geralmente, quando estamos vivenciando uma experiência, deparamos com muitos
casos semelhantes. Ao contrairmos uma doença, por
exemplo, serão logo observados muitos outros casos. Uma grávida passa a reparar
a existência de muitas outras mulheres grávidas, ao passo que, antes de
engravidar, não atentava para esse fato. À medida que se vivencia um processo,
a percepção e a identificação de casos semelhantes aumentam. Já, quando não
existe a mesma referência, o caso passa despercebido. Portanto, o que
identificamos ao nosso redor ou o que nos chama a atenção nas pessoas tem relação
direta com nossos próprios processos. Certas condutas dos outros que nos
afetam, causando irritação ou indignação, representam algo mal resolvido
interiormente. Projetamos para fora aquilo que nos incomoda por dentro. Pode-se
dizer que o foco da maioria dos problemas identificado nos outros está em nós
mesmos, caso contrário, a experiência alheia não causaria tanto desconforto.
Realizamos fora aquilo que cultivamos interiormente. A maneira como nos dirigimos aos outros,
equivale à forma como nos tratamos.
Antes de qualquer ação no ambiente, criamos um modelo em nós. Só damos o
que temos. Por esse motivo, se a nossa vida requerer alguma mudança, primeiro
precisamos reformular algo em nosso interior, pois nele repousa a causa dos
infortúnios, bem como a chance de sermos bem-sucedidos. Não basta simplesmente
intervir nos acontecimentos, pois isso tornaria a nossa atuação exaustiva. Para obter um bom desempenho no ambiente é
necessário, antes de tomar qualquer medida, elaborar interiormente o que vamos
fazer e adotar atitudes favoráveis aos resultados almejados. Essa reorganização
interior garantirá maior aproveitamento nos afazeres. A nossa condição interna
é determinante sobre as questões externas.
Uma condição de vida, porém, reforça o padrão compatível àquela
situação, isso intensifica ainda mais tais episódios. É uma espécie de ciclo vicioso no qual, por
se sentir de um jeito, tudo se torna daquele jeito, consequentemente por nos
encontrarmos diante de tais situações, isso intensifica os sentimentos
compatíveis aos fatos. Esse sincronismo entre as situações externas e os
padrões internos somente será alterado quando conseguirmos mudar as crenças e
implantar um novo comportamento. Assim sendo, antes de agir para mudar as
condições de vida e superar uma fase difícil, é necessário promover algumas
reformulações internas. Antes de sair em busca de algum emprego, por exemplo,
procure sentir-se parte integrante da sociedade e merecedor de uma boa
oportunidade profissional. Para ser feliz no amor é importante, antes de tudo,
elevar a estima e sentir-se uma boa pessoa na vida de alguém; acreditar que
você merece ser feliz afetivamente. Portanto, quem tem algo bom é porque se
sente merecedor do que usufrui e integrado com as situações agradáveis. Já
aquele que não tem bons frutos é porque não foi capaz de assumir o que almeja
nem se sente digno de ter uma melhor condição de vida. Por se colocar distante do que é bom a
própria pessoa impede as oportunidades de conquista e, consequentemente, não
goza dos privilégios de ser bem-sucedida. Portanto, as pessoas perspicazes, que
buscam se trabalhar interiormente, reformulando as crenças, revendo os padrões,
ao mesmo tempo em que atuam na realidade exterior, adquirem os meios para
alcançar os seus objetivos. Elas têm melhor desempenho nas suas atuações. Por
outro lado, aqueles que se dedicam a agir com foco nas situações exteriores,
buscando os meios para sanar os obstáculos impostos pela vida, também conseguem
promover as reformulações interiores necessárias para obter melhor qualidade de
vida. Assim sendo, a busca pela consciência ou a dedicação pela reformulação
interior não são as únicas formas de aprimoramento ou mudança de atitude. As
próprias experiências de vida proporcionam os recursos necessários para as
devidas reformulações interiores. Dedicar-se às conquistas materiais reforça as
crenças positivas, tais como, “eu mereço, sou bom o bastante, etc.”, que são necessárias
para conquistar melhores recursos existenciais. Pode-se dizer que só não
progride quem não se trabalha, nem atua na realidade. Aqueles que forem passivos às condições de
vida, mesmo elas não sendo agradáveis, nada fazem para alterar o curso de sua
existência, tampouco buscam os meios para reformular suas crenças. Acabam sendo absorvidos pela situação ruim, e
suas posturas tendem a piorar ainda mais o que não está nada bom. Isso se
estende até o ponto em que a vida se torna insuportável. Quando a pessoa estiver num estado
existencial deplorável, “fundo do poço”, por força das circunstâncias, ela
reage, acionando os processos de transformação interior, bem como da sua vida.
Vale ressaltar que a reformulação interior é um significativo passo para atrair
oportunidades, mas não substitui a atuação na vida material. Para ser
bem-sucedido é primordial ter crenças favoráveis ao sucesso, que atraem as
oportunidades e propiciam as chances de atuação. A situação boa, porém, é
consolidada também pela nossa interação com o ambiente; afinal, estamos no
mundo material, e nele, para se ter algo, faz-se necessário pelo menos um gesto
nesse sentido.
Texto do livro Metafísica da Saúde
Então... Que possamos nos abrir para mudanças... Sendo assim, olhemos com mais claridade nossas atitudes e comportamentos... Boa prática para todos nós...
Salve a Força e a Luz