O sistema nervoso é uma espécie de visor e
processador das condições corporais, possibilitando a manifestação da
consciência no organismo, bem como a interação com o ambiente.
Permite a coordenação biológica, a identificação do
ambiente, a manifestação dos pensamentos e a mobilidade do corpo.
No âmbito metafísico refere-se ao elo consigo
mesmo, que proporciona a percepção individual e situa a pessoa na vida,
tornando-a capaz de se auto definir como alguém que existe diante de tudo o que
está ao seu redor, promovendo a consciência de si.
Obviamente, reagir desprovido de qualquer relação
com acontecimentos anteriores é praticamente impossível, principalmente por se
tratar do sistema nervoso, que é especializado em fazer associações para
identificar a realidade. Essa função é desempenhada em grande parte pela mente,
e será descrita no tema ́”cérebro”.
Para conseguir certo nível de discernimento é
necessário entrar num estado de lucidez, no qual a consciência seleciona as
respostas, filtrando qualquer relação com episódios ruins e integrando-se com
os fatos em questão.
A auto observação não é um hábito frequente.
Dificilmente as pessoas incluem-se como foco da situação, fazendo referência
àquilo que os acontecimentos causaram nelas ou, mesmo, como se sentem diante
dos fatos.
Isso mostra o quanto as pessoas vivem desconectadas
delas mesmas e não tem por hábito essa busca do eixo interior.
Geralmente, o ambiente torna-se o principal foco da
existência. Nele são projetadas as inquietações e incertezas. As instabilidades
emocionais, por exemplo, são transferidas para as situações exteriores, em
forma de ameaças. As pessoas identificam os episódios corriqueiros, como se
eles pudessem evoluir e causar grandes danos a elas. Ou ainda, prejulgam os
acontecimentos como se houvesse algum tipo de injustiça em torno dos fatos,
provocando o sentimento de vítimas das situações. Tudo isso é originado pela
fragilidade interior que é revelada por meio da identificação tendenciosa do
ambiente exterior.
Isso é tão evidente no processo existencial que se
pode conhecer o universo interior de alguém por meio de sua condição de vida,
pois a realidade exterior revela a condição interior.
As pessoas que se deixam levar pelos acontecimentos
externos distanciam-se delas mesmas.
Tornam-se dependentes dos resultados, que raramente
estão à altura das expectativas. Isso provoca frustração e pode desencadear os
processos depressivos ou mesmo as compulsões. Além disso, elas estão sempre
envolvidas com situações instáveis ou turbulentas. Esses eventos revelam suas inseguranças,
inquietações e ansiedades que são cultivadas interiormente, sendo, portanto, transferidas
para o ambiente exterior.
Quando a vida se apresenta de forma muito confusa,
seguramente a pessoa traz em si uma série de conflitos existenciais.
Principalmente a falta de estabilidade emocional, que é resultado da displicência
para consigo mesma.
É preciso desenvolver o hábito da auto observação,
pois assim estaremos mais próximos de nós mesmos, podendo descobrir aquilo que
sentimos e compreender as necessidades internas, como as carências afetivas.
Para que, aliados a nós mesmos, busquemos aquilo que realmente vai nos beneficiar,
e não os subterfúgios existenciais, como viver falando da vida alheia,
observando as falhas ou as grosserias dos outros.
A autoconsciência evita que as lacunas interiores
se transformem, por exemplo, em desejo de posse ou compulsão de compras. Esses
engodos são formas de preencher o vazio interior.
Geralmente, as pessoas não se dão conta da
proporção das suas necessidades internas. Seria mais fácil lidarem com as suas
próprias dificuldades se perceberem mais a si mesmas; isso resgataria o eixo de
sustentação interna, restabelecendo o elo com a sua essência.
Em vez disso, muitas preferem fugir a encarar suas
fraquezas. Caso o fizessem, teriam que reconhecer as suas vulnerabilidades e
deparar com os próprios medos. Buscam serem reconhecidas e valorizadas pelos
outros; tem necessidade de aprovação. Querem adquirir notoriedade positiva, ou seja,
passar uma boa imagem para serem “badaladas” pelos bons resultados. Dependem de
resultados positivos para se sentirem valorizadas e aceitas pelas pessoas que
as rodeiam.
Procuram sanar suas necessidades emocionais e
afetivas por meio dessas referências exteriores, melhor dizendo, de fora para
dentro. O inverso é mais eficiente. Em primeiro lugar é preciso estar bem
consigo mesma, reconhecer-se como pessoa, fortalecer a estima, para depois
lidar com os acontecimentos exteriores.
Muitas vezes você foi tolerante para com os outros,
procure agora compreender mais a si mesmo. Descubra algo bom a seu respeito e
enalteça suas qualidades. O importante é estar consciente de si, sentir-se bem
interiormente e agir a seu favor, consequentemente a vida será melhor.
Texto extraído do livro: Metafísica da Saúde
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