Quando monitoramos as
mensagens que a mente nos envia, estamos praticando a consciência pessoal. A
consciência corporal também está incluída nisso, como deve ser se a nossa meta é
relacionar a mente e o corpo. Assim que sintonizamos com o organismo a fim de
receber as mensagens dele, a consciência pessoal sintoniza com o nosso mundo íntimo.
Quando isso se torna habitual, é como uma segunda natureza. A qualquer momento
do dia, podemos nos perguntar:
Estou feliz ou sofrendo?
Eu amo ou tenho medo?
Sinto compaixão ou sou
egoísta?
Estou em paz ou sinto
falta de paz?
Se as pessoas se
perguntassem essas questões básicas, a vida delas se transformaria. Então, por
que não o fazem? A resposta não é nenhum segredo. O hábito de sintonizar com o
mundo das emoções traz obstáculos para todos nós. Se lhe dissessem: “Volte-se
para si mesmo e diga como se sente”, muitas coisas podem acontecer:
- Talvez você resista e se recuse a fazer isso.
- Talvez tenha muito medo do que vai perceber em si mesmo.
- Talvez obtenha uma mensagem equivocada, baseada no que acha que devia sentir.
- Talvez sinta duas coisas ao mesmo tempo, sem muita certeza de qual seja a verdadeira.
- Talvez se emocione por causa de uma enxurrada de sentimentos e lembranças inesperadas.
Os psicólogos rotulam os
obstáculos que nos impedem de ficar à vontade com o que a nossa mente nos
indica: negação, repressão, neurose, obsessão, ansiedade – a lista é bem comprida.
Porém, se praticamos a consciência pessoal, podemos penetrar nessa névoa
mental, mesmo que pareça espessa.
Tomando como exemplo
apenas um dos pares, suponhamos que alguém queira verificar se está vivenciando
amor ou medo. Essas palavras são simples, contudo, por trás delas há um mundo
de vivências interiores. Se amor significasse apenas romance, e se medo
significasse apenas se sentir apavorado, ninguém descobriria muita coisa ao
entrar nessa sintonia pessoal. Portanto, vamos trabalhar a consciência pessoal
e dar uma olhada no que amor pode significar:
- Saber que existe carinho mútuo: amar e ser amado.
- Apreciar o que estamos fazendo.
- Gostar de onde você está.
- Sentir-se bem em relação a quem é.
- Ter uma relação amorosa e estável.
- Sentir que a vida é vibrante e estimulante.
- Vivenciar uma ligação profunda com um tipo mais elevado de amor.
Se fizermos uma pausa por
um instante e nos concentrarmos na consciência, saberemos se estamos vivenciando
as sensações citadas acima que fazem do amor algo mais amplo e profundo. Não se
trata apenas de romantismo. As pessoas que conseguem dar respostas positivas e
encontrar cada uma dessas coisas se transformaram ao longo do tempo. Escreveram
uma história de vida que incluía o amor, encontraram coragem para encarar o
oposto do amor, que é o medo, e depois fizeram escolhas que as afastaram do medo.
O medo também vai além de
sentir receio ou pavor. O medo é:
- Sentir-se inseguro.
- Não confiar no que está acontecendo.
- Ter medo de nunca realmente se vincular a outras pessoas.
- Ver-se como alguém desprezível.
- Colocar-se em posição de vítima.
- Não ver boas escolhas, sentindo-se desamparado e impotente.
- Estar sob o domínio ou controle de alguém.
- Enxergar as pessoas como “os outros”, inimigos ou adversários.
- Estar apreensivo em relação ao futuro.
O amor dissolve o medo. É
por isso que podemos fazer escolhas que nos afastam do medo e nos levam ao
amor. Se a mente funcionasse de outro jeito, o amor não seria uma resposta. O
medo seria como uma mancha amarelada que temos que tirar de um guardanapo de
linho. O medo é mais do que uma mancha. É um estado mental que bloqueia o
bem-estar. Portanto, o bem-estar (estado que inclui o amor) aumenta quando
resolvemos deixar o medo de lado.
Diz a literatura que
assim como a fome faz parte de um ciclo com a saciedade, o amor está no mesmo
ciclo que o medo. As mesmas coisas se aplicam a um e outro. Se esse ciclo está
funcionando bem, sentimos o amor naturalmente e agimos a partir desse impulso.
Se esse ciclo estiver distorcido, ou seja, alguma coisa não vai bem com o que
entra e sai dele a situação toda muda. Vejamos como esse mecanismo deveria ser simples.
A pessoa quer ser amada, portanto, volta-se para alguém que pode amá-la e pede
o que deseja. Os bebês e as crianças pequenas não têm dificuldade para procurar
o amor da mãe. Eles querem o conforto, o abraço, a segurança, ouvir que a mamãe
os ama.
Para nós, adultos, é fácil
complicar esse ciclo de feedback. Não pedimos amor. Ou
pedimos, mas para a pessoa errada, que não pode nos dar o que desejamos. Nós
desviamos o sentimento do amor para coisas como ganhar dinheiro ou adquirir
mais bens. Ou seja, a confirmação profunda que o amor propicia nos escapa de
alguma maneira, e, quanto mais ficamos sem isso, mais temerosos ficamos de nunca
encontrar o amor. Acabamos não amados e não amáveis.
Se podemos nos
identificar com um amor pouco satisfatório, não há como não ser importante encontrar
uma solução para isso. Mesmo que nos sintamos entorpecidos, entediados, rejeitados,
solitários ou qualquer outra coisa que bloqueie o amor, a solução sempre é
tomar consciência da situação, pois o que está nos segurando é um ciclo de feedback mental. Sei que as pessoas tendem a manifestar
o amor. Existe a fantasia de que tudo vai ser perfeito quando encontrarmos “a
pessoa certa”. Mas o jeito de encontrar “a pessoa certa” é ser a pessoa certa. É preciso analisar esse
ciclo íntimo e alterar o medo de amar. Quando isso acontece, a situação externa
muda automaticamente.
Mesmo que “a pessoa certa”
não apareça, no dia seguinte, como num passe de mágica, ao restabelecer um
estado de amor íntimo, normal e saudável, não nos sentimos mais ansiosos em
relação à fantasia de uma alma gêmea. Qualquer diminuição na ansiedade
significa um passo na direção do amor.
Extraído do livro de Deepak Chopra
E isso... Buscar entender o que acontece conosco, internamente, é passo importante para transformações mais intensas e profundas... Bom exercício e procure mais conhecimentos para continuar o processo...
Força, Luz e Paz...