RSS Feed

Amor: Não é Emoção, Prazer, Sentimentalismo

Posted by Magali Marcadores:


Já refletiste sobre o que é amor? É ele essa tortura que conhecemos? Essa espécie de amor poderá ser bela no começo, quando dizemos a alguém: “Te amo”, mas depressa se deteriora, convertendo-se numa relação em que prepondera a posse, o domínio, o ódio, o ciúme, a ansiedade, o medo.

Agora, que é amor, o que é ele realmente, e não como gostaríamos que fosse? O que gostaríamos que fosse o amor é uma mera ideia, um conceito. Devemos começar com o que é, e não com o que deveria ser. Devemos começar com o fato, e não com as opiniões e conclusões.

Assim, vamos agora investigar, o que é realmente o nosso amor? Nele há prazer, dor, ansiedade, ciúme, apego, ânsia de posse, de domínio, e o medo de perdermos o que possuímos. Há o amor existente nas relações entre duas pessoas, e há amor a uma ideia, uma fórmula, uma utopia, ou a Deus. Por essa razão, há o casamento legal, instituído pela sociedade para a proteção da prole.

O amor que temos é o conhecido, com todos os seus sofrimentos e sua confusão, nele, há a tortura do ciúme, os horrores e penas da violência, o prazer sexual. É isso que conhecemos.

A maioria de nós não sabe o que é amor. Conhecemos a dor e o prazer de amar, assim, o amor é, para nós, algo desconhecido, tal como a morte. Mas, com a mente livre do conhecido, apresentas-se-nos aquilo que não é cognoscível por meio de palavras, de experiência, de visões.

Devemos perguntar, é o amor prazer, desejo, pensamento? Pode o amor ser continuamente cultivado? Sem o amor, o sentimento de compaixão, sua chama, inteligência, a vida tem muito pouco significado. Você pode inventar um propósito para a vida, a perfeição, conhecer tudo sobre a profissão, mas, sem a beleza fundamental do amor, a vida fica sem sentido.

Para a maioria dos homens, amor é posse. Mas, havendo ciúme, inveja, existirá também crueldade, ódio. O amor só existe e cresce na ausência do ódio, da inveja, da ambição. Sem amor, a vida é como terra estéril, árida, dura, brutal. Porém, no momento em que existe afeição, ela é como a terra que floresce com água, com chuva, com beleza.

Você sabe, uma de nossas dificuldades é que associamos amor com prazer, com sexo. Amor, para a maioria de nós, significa ciúme, ansiedade, possessividade, apego. A isso chamamos amor. Mas o amor é apego? É o amor prazer? O amor é desejo? É o amor o oposto do ódio? Se é oposto do ódio, então não há amor. Você pode compreender isso? Quando alguém tenta se tornar corajoso, esta coragem é nascida do medo. Portanto, o amor não pode conter o seu oposto. O amor existe onde não há ciúme, agressividade, ódio. Que é amor? É prazer, prazer no reiterativo ato sexual, ao que geralmente se chama amor? O amor da esposa, no qual há grande prazer, posse com base no desejo, é amor? Quando existe um possessivo apego em relação ao outro tem que haver ciúme, temor, antagonismo. Se não se compreende plenamente o significado do apego, jamais se poderá descobrir a verdade do amor.

Esperamos amar o homem através do amor de Deus, mas se não soubermos como amar o homem, como podemos amar a realidade? Amar o homem é amar a realidade. Julgamos que amar a outrem é tão doloroso, tantos problemas complexos estão envolvidos nisso, que consideramos ser mais fácil e mais satisfatório amarmos um ideal, o que é emocionalismo intelectual, não amor. 

Texto extraído do livro de Krishnamurti


Transformar padrões é exercício diário... E precisa ser consciente... Faça o seu com perseverança e perceberás o resultado benéfico que surgirá...

Paz e Luz 

Essa matéria terá continuidade nas próximas publicações