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Escoliose na visão metafísica

Posted by Magali Marcadores:


O termo escoliose é indicativo de curvatura lateral da coluna. Trata-se de deformidades que podem ser estruturais ou temporárias. As deformidades estruturais implicam alterações permanentes nos ossos e nos tecidos da coluna. Nessa classificação existem os seguintes tipos:
Escoliose estrutural secundária, que pode ser de nascença ou decorrente de outras doenças, entre elas a poliomielite.
Escoliose infantil, que pode ocorrer no primeiro ano de vida, como uma simples curva, sem causa definida.
Escoliose estrutural idiopática, que surge na infância ou na adolescência, aumentando progressivamente até cessar o crescimento ósseo; na maioria das vezes, provoca deformidades severas e feias. As causas físicas são desconhecidas. Já os distúrbios temporários podem ser causados por reflexos de atividades posturais dos músculos espinhais.
Nesse quadro incluem-se:
Escoliose compensatória, também conhecida por escoliose lombar, causada por deformidades pélvicas, tais como: membros inferiores desiguais etc.
Escoliose ciática, deformidade temporária produzida pela ação protetora dos nervos e músculos que se encontram doloridos; busca-se posições confortáveis que evitem a dor, mas com isso, adota-se posturas que provocam o desvio lateral da coluna.
Os aspectos metafísicos da escoliose estão relacionados a "sair do eixo"; abalar-se a ponto de comprometer sua própria identidade. As pessoas que sofrem desse desvio da coluna, não se sustentam nelas mesmas; buscam apoio fora ou nos outros, principalmente nos que as cercam. Não conseguem manter-se favoráveis a si mesmas e atribuem elevado valor aos outros. Para elas, as opiniões alheias são extremamente importantes ao seu bem-estar. A autoestima é fundamentada na avaliação dos outros em relação ao seu desempenho. O julgamento que fazem das suas ações é determinante para o seu autovalor. Quando elogiadas, julgam-se boas; caso sejam criticadas, rejeitam-se. Baseiam-se no que os outros falam para se aceitarem ouse punirem. Não são capazes de fazer uma auto avaliação, baseada no que sentem; dependem do julgamento dos outros ou dos bons resultados obtidos nas ações exteriores com um aval externo. Mesmo fazendo tudo certo, elas não se sentem competentes, ainda assim, precisam da avaliação positiva dos outros a seu respeito. Também não sabem lidar com as frustrações. Quando não conseguem alcançar os seus objetivos, são cruéis para consigo mesmas. São incapazes de compreender os seus limites e aceitar os seus momentos de fraquezas. Em vez disso, baseiam-se nas expectativas próprias ou espelham-se naquelas feitas pelos outros, a respeito do seu desempenho para autopunição. Lembre-se, ninguém de fora pode avaliar as circunstâncias com que uma pessoa depara durante a execução das atividades. As condições internas e externas durante os afazeres, só poderão ser consideradas pela própria pessoa. É preciso permanecer do seu lado, mesmo nos momentos de insucessos; ser sua aliada e não implacável no julgamento ou algoz para consigo mesma. Sejam os resultados bons ou ruins, não se deve desaprovar, mas sim considerar e respeitar os limites ou os momentos de fraqueza. Nem sempre é possível um exímio desempenho. Ninguém é somente vencedor nem perdedor sempre; todos nós alternamos esses estados, porém em qualquer momento o auto apoio é importante para nos fortalecer diante dos obstáculos. O foco nas condições interiores é fundamental para elevar a autoestima e melhorar a qualidade de vida, permanecendo centrado em si, compreendendo as condições de vida em que se está inserido e respeitando as fragilidades internas. Somente quem vivencia o processo é capaz de compreender as circunstâncias que envolvem o desenrolar dos fatos. Ao fazer o que está ao nosso alcance, vamos progressivamente melhorando o nosso desempenho. As próprias fraquezas devem ser aceitas para depois realizar um trabalho de fortalecimento. Ninguém se desenvolve se não aceitar os pontos a serem aprimorados. Encarar as frustrações é algo difícil. Admitir os fracassos requer muita firmeza interior para não comprometer os potenciais do ser. Em vez de assumir nossas inabilidades, projetamos nos outros o que negamos em nós. Costumamos atribuir às pessoas que nos rodeiam os motivos dos nossos insucessos. Geralmente o discurso é: "você me atrapalhou, por esse motivo não consegui", ou ainda, "você me atrasou", "tive de fazer suas coisas e não deu tempo de terminar as minhas". Por trás desses discursos estão as negações das próprias inabilidades. As pessoas tornam-se nossos álibis. Em vez de ficar procurando um culpado, vamos investigar em nós o que precisa ser desenvolvido. Vamos parar de nos projetar nos outros e começar a assumir mais as nossas dificuldades. Se não sabemos lidar com o tempo, comecemos a nos organizar melhor e priorizar o que realmente é importante. Em vez de dar mais atenção aos outros para sabotar a nós mesmos, sejamos mais fiéis aos nossos objetivos. Procuremos nos outros a parceria e o companheirismo, que somam positivamente em nossa vida, e não a projeção das nossas dificuldades, que nos enfraquece cada vez mais. Que eles sejam motivos de fortalecimento e não negação das dificuldades, tampouco motivo de abandono dos nossos objetivos, pois isso adoece a relação, tornando-a neurótica.

Texto extraído do livro Metafísica da Saúde


Paz e Bem