Metafisicamente, a reação do indivíduo ao que
acontece ao redor mobiliza os mecanismos corporais, definindo as condições
orgânicas. Mediante uma queda de temperatura, por exemplo, se ficarmos
prostrados, contraímos a musculatura, causando tremor. Por outro lado, se
reagirmos ao frio sem nos deixar abater por ele, daremos condições ao corpo
para produzir calor, amenizando a friagem do ambiente. Os pensamentos induzem o
sentimento. Nosso ponto de vista acerca de uma situação fará sentirmos algo a
respeito daquilo que se passa ao redor. Esse estado interior estimula a
liberação dos hormônios reguladores do organismo, predispondo-o a uma condição
compatível com aquilo que estamos sentindo. Os sentimentos podem ser
desencadeados tanto por uma questão real quanto imaginária. Desse modo, nossa
mente tem capacidade de criar estados corporais de acordo com a maneira que
interpretamos aquilo que nos acontece. Quando imaginamos uma situação de
perigo, por exemplo, e ficamos pensando nos detalhes daquele suposto risco,
passamos a nos sentir ameaçados. Consequentemente, os níveis de adrenalina no
sangue aumentam, provocando tensão muscular e inúmeros outros sintomas físicos
que caracterizam um estado de alerta a um perigo que só existe em nossa
imaginação. A imaginação é baseada nos elementos que foram aprendidos em algum
momento da vida. Ela é acionada por alguns fatores da realidade presente, mas
seus elementos não consistem exatamente naquilo que está se processando ao
redor. É uma forma de desviar nossa atenção para algo que vai além das
situações momentâneas. A falta de estímulos externos figura entre os principais
fatores que provocam a imaginação. Um bom relato disso é o ditado popular
"Quando o corpo pára, a mente dispara". Não ter o que fazer induz-nos
a criar uma série de situações imaginárias para compensar o marasmo das
situações que nos rodeiam. Passamos longo tempo prostrados, imaginando uma
série de eventos, que se passam como um filme em nossa mente. Nesse caso, a
imaginação puramente passiva funciona como uma espécie de distração mental.
Imersos no mundo da imaginação, atuamos pouco no ambiente à nossa volta. O
tempo passa e a realidade não muda, tampouco fazemos algo para alterá-la. As
imaginações infrutíferas criam mentalmente uma situação que não existe. É uma
viagem que, em geral, sabota nosso poder de realização, comprometendo a
capacidade de interagir com a vida material.
Existe também outro fator desencadeador da
imaginação, que são as tensões e frustrações impostas pela realidade de vida.
As frustrações embalam-nos o mundo da fantasia, objetivando amenizar as
aflições causadas pelos insucessos. A tensão gerada por uma situação inusitada,
como uma entrevista de emprego, só é amenizada pela imaginação, que distrai a
pessoa com diversas suposições. A pessoa imagina, por exemplo, ser recebida ou
entrevistada por alguém conhecido; quem sabe até lá esteja um colega de
faculdade, ocupando uma posição de destaque naquela empresa. Suposições como
essas deixam a pessoa mais relaxada e predisposta a ser bem-sucedida na
entrevista. Esse é um modelo do bom uso da imaginação. Seguindo o exemplo
anterior, se a pessoa ficar imaginando que irão exigir muito dela, que já foram
entrevistados outros bem mais preparados que ela para ocupar aquela vaga,
reduzindo sua chance de contratação, isso irá provocar medo, desânimo,
aumentando a chance de fracassar. Esses são casos típicos do mau uso da
imaginação. Como vimos, a imaginação pode ser positiva ou negativa, dependendo
da maneira como cada um costuma usá-la. Se for bem dirigida, irá amenizar as
aflições e suavizar os estados apreensivos; o mau uso piora o nervosismo,
agravando as preocupações. Imaginar situações ruins é mais comum, visto que a
mente é extremamente influenciada pela negatividade. Os acontecimentos ruins causam
maior impressão sobre ela do que os eventos bons. Por isso, temos a tendência
de imaginar sempre o pior. No âmbito energético, a hipófise desempenha funções
semelhantes a uma estação transformadora das energias captadas do ambiente, que
são mescladas com os conteúdos internos e submetidas à avaliação do ser. Esta
última função equivale à atuação energética da pineal. Enquanto a glândula
pineal tem função semelhante a uma espécie de antena que capta as energias
provenientes da própria alma, a hipófise mescla essa força interior com as
influências do meio externo.
Texto extraído do livro Metafísica da Saúde
Paz e Luz