Metafisicamente, a função da hipófise consiste numa
espécie de gerenciamento das forças internas do ser com as condições do meio
externo, basicamente permitindo nossa existência no mundo físico. O universo
consciente representa o reduto de ação dessa glândula; ela se utiliza de nossos
atributos interiores, como a imaginação, as crenças e os valores que irão
formar uma espécie de força motriz para as funções da hipófise. Quando vamos
realizar algo na vida, esse impulso parte de nós, em direção ao ambiente. Originariamente, essa vontade representa
uma condição soberana do ser, porém ela será submetida a uma espécie de
avaliação por parte de nossos registros mentais, que são compostos por aquilo
que já vivenciamos ou aprendemos com as experiências da vida, estabelecendo as
crenças que impedirão a manifestação das vontades. Os valores internos regem
nossa condição emocional, plasmando no corpo tudo aquilo em que acreditamos.
Esse processo não se limita ao corpo, estendendo-se também ao ambiente. À
medida que adotamos uma postura na vida, emanamos forças energéticas no sentido
de atrair para nós aquilo que foi estabelecido como verdadeiro. Essa condição
interna mobiliza o poder de atração, estabelecendo à nossa volta situações
compatíveis com aquilo em que acreditamos. Nesse sentido, a hipófise representa
uma espécie de centro de força, capaz de plasmar no meio externo os conteúdos
interiores, e aquilo que imaginamos com frequência poderá se tornar uma realidade
concreta. A realidade na qual vivemos é composta por aquilo em que acreditamos
e é cercada por elementos que negamos existir em nosso interior. Aquilo que é
rejeitado por nós será transferido para o ambiente, proporcionando um contato
inevitável com aquelas situações que não foram trabalhadas interiormente,
simplesmente desprezadas. Isso ocorre porque tentamos seguir um modelo de vida
que não corresponde à nossa natureza íntima. Entretanto, insistimos em manter
uma condição que não é compatível com nossos reais sentimentos, gerando um
conflito interior entre aquilo que sentimos e aquilo que queremos. Esse
conflito também é transferido para fora, contagiando negativamente a realidade
em que vivemos, fazendo surgir uma série de situações desagradáveis para serem
normalizadas por nós. Paralelo à atuação no meio externo, ocorre uma
transformação no mundo interno. Enquanto resolvemos as complicações
existenciais, apaziguamos as turbulências emocionais geradas pela desarmonia
interior. Para compreender melhor esse processo, tomemos como exemplo nossa
necessidade de provar aos outros que somos uma boa pessoa. Passamos a fazer
tudo que nos pedem, mesmo que esses favores nos agridam. Preocupar-se,
demasiadamente, com os outros nos faz ser negligentes para com nossas próprias
necessidades. Esses impulsos de negação sufocados podem manifestar-se em forma
de temor pela violência.
Tal comportamento
atrai as situações de risco, pois a violência, que não admitimos existir em
nós, revela-se no meio em que vivemos. Assim sendo, a realidade de cada um é
fruto daquilo que foi cultivado em seu interior. Para alterarmos alguns fatores
desagradáveis de nossa existência, não adianta fugir deles, acionando os
mecanismos imaginários, mas, encará-los de frente. A transformação interior
caminha com a realização no meio exterior. À medida que atuamos na vida,
desenvolvemos nossos atributos e nos aprimoramos. Não dar tanta importância às
situações desagradáveis representa um excelente recurso para superar os
conflitos existenciais. É bom não fugir e tão pouco atolar na confusão, porque
isso tumultuaria, ainda mais, as coisas, agravando as situações nocivas. Evite
ficar ruminando, mentalmente, as situações que não lhe fazem bem, porque isso
canaliza as energias, potencializando o que é ruim. Não se ater à negatividade
representa uma atitude preventiva, no sentido de evitar ser afetado por tais
episódios. Por outro lado, o desejo excessivo pelos bons resultados interfere
negativamente na realidade, dificultando o acesso àquilo que é agradável. Ficar
extremamente ansioso pela ordem e harmonia dificultará a implantação dessa
condição existencial. Naturalmente, tudo se estabiliza e a ordem sempre reina;
basta ser atuante na realidade e determinado àquilo que se propõe fazer, que,
com o tempo, tudo irá se normalizar, reinando a paz e a harmonia na vida. Para
melhorar a condição de vida, você precisa aprimorar a atuação na realidade e
não exagerar nem ser omisso aos desafios que a vida oferece. Além disso,
precisa viver com qualidade e grande intensidade. O bom humor é um estado
interior extremamente saudável para o bem viver, influenciando positivamente as
funções da hipófise. Ser bem humorado é imaginar sempre perspectivas favoráveis
para a solução das complicações externas. Isso evitará que você implante em seu
interior as turbulências existentes no meio exterior. Não se deixe contagiar
pela negatividade, ela planta em você o pessimismo.
Texto extraído do livro Metafísica da Saúde
Luz e Paz