A comunicação e seus
meios nunca estiveram tão desenvolvidos, poderosos e "performáticos"
como na época em que vivemos. A imagem do homem moderno é a do "executivo
dinâmico", sentado atrás da sua mesa do escritório sobre a qual os
telefones, convencional e celular, o fax e o microcomputador representam os
acessórios do poder de comunicação com o mundo inteiro e a todo instante.
No entanto, o quadro está
longe de ser tão idílico quanto esse. Essa comunicação é, de fato, vazia na maioria
das vezes e só entretém a sua própria ilusão (quando não é, aliás, praticada de
maneira deliberada). Todos esses dispositivos não passam de próteses, de
excrescências, compensadoras da nossa incapacidade de ser e de mudar
verdadeiramente e que nos deixam enganar cada vez mais, ou então de transcender
o nosso medo do outro.
Nosso modo de vida atual,
a onipresença e o poder soberano da mídia, a armadilha do materialismo, a
aceleração permanente do nosso cotidiano nos levou, pouco a pouco, a confundir vida
com existência, vida com agitação, vida com frenesi. Isso ocorreu com o nosso
consentimento implícito, até mesmo para satisfazer as nossas exigências. Sempre
mais, sempre mais rápido, eis o nosso slogan, o nosso motivo condutor, mas para
fazer o quê? Para acordar um dia doente ou deprimido, seja qual for a idade, e
constatar tristemente que passou ao largo de si mesmo, ao largo da vida?
A nossa sociedade, a
nossa educação e também certa facilidade atual nos levaram a procurar a
satisfação de nossos desejos através do que nos é exterior. Aprendemos então a
gerar, disciplinar, dominar, possuir ou comunicar-nos com esse exterior. Essa
corrida desenfreada nos distancia de nós mesmos cada vez mais e nos esvazia do
nosso próprio conteúdo.
Somente a morte ou a
doença nos coloca, por obrigação ou à nossa revelia. novamente diante de nós
mesmos. Nesse momento, a confusão é grande. Então, que homem é esse que nós
descobrimos se olhando tristemente no espelho? O que significa esse corpo que
nos faz sentir dor? Que ser é esse, quase desconhecido, que jaz aí na cama?
Contudo, ele é nosso primeiro e único interlocutor verdadeiro. Aquele com o
qual, na verdade, nunca falamos e que nem tivemos tempo de identificar, ou
seja, nós mesmos! Essa descoberta é, pois, tão intolerável que pedimos ao nosso
médico para nos dar algo que faça calar esse sofrimento que não deve acontecer
em nossa vida. No entanto, se nós soubéssemos! Na realidade, esses males são
somente os gritos desesperados que a vida e o nosso corpo enviam aos nossos
ouvidos tapados, ensurdecidos por todo esse barulho que fazemos ao nos
agitarmos. São sinais de alerta, testemunhas dos nossos desequilíbrios, mas não
podemos ouvi-los e, menos ainda, compreendê-los.
Faz-se
necessário, devolver o ser humano à sua ambiência e à sua globalidade.
Estudar
as razões e as regras de funcionamento deste jogo extraordinário que é a vida.
É
essencial, enfim, aprender a identificar e a compreender nossas dores, tensões
e sofrimentos, a fim de poder detectar a recepção da mensagem e de fazer o que
for necessário para que isso mude.
Através
das práticas de técnicas energéticas como o Shiatsu, pode-se constatar até que
ponto o corpo de cada um de nós fala, para não dizer que grita, sobre o que
realmente sofremos dentro de nós mesmos. Nossa realidade profunda, nosso
inconsciente, nossa psique, nossa alma nos falam, nos dizem permanentemente o
que vai mal. Mas não escutamos nem ouvimos. Por quê?
São
dúbias as razões da nossa surdez. Para começar, não somos capazes, ou então não
temos vontade, de prestar atenção nas mensagens "naturais" que nos
são enviadas pelos sonhos, intuições, premonições, sensações físicas, etc.
Elas
devem se tornar cada vez mais fortes e poderosas, ou seja; as doenças,
acidentes, conflitos, morte, bem como outras situações destrutivas, para que
possamos, enfim, ouvi-las ou para nos obrigar a parar de uma maneira ou de
outra.
A
segunda razão é que se não podemos, na maioria das vezes, evitar a dor, não
sabemos decodificá-la, lê-la. Ela só pode servir, então, para interromper
momentaneamente o processo inadaptado, mas não para compreendê-lo e mudá-lo
radicalmente.
Ninguém
nos ensinou de fato a traduzir tudo isso. Nossa ciência parcial separou o nosso
corpo do nosso espírito. Ela o analisa, o disseca e o estuda como se fosse uma
máquina e os nossos médicos, em sua maioria, tomaram-se excelentes mecânicos.
Somos
tal qual marinheiros que recebem mensagens em Morse apesar de jamais tê-lo
aprendido. O bipe incessante acaba sendo desagradável e nos constrangendo,
nos incomodando. Apelamos para o mecânico de bordo para que bloqueie o sistema
ou então, mais grave ainda, corte os fios para fazê-lo calar-se e conquistar,
assim, uma paz aparente. Só que o bipe nos prevenia sobre a existência de
uma rachadura no casco e de que teria sido necessário tapá-la.
É
essa linguagem que precisamos aprender a decodificar. Mas podemos também tentar
compreendê-la. Não é uma boa ideia simplesmente propalar que certa dor
significa tal coisa. Isso seria praticar um sintomatismo elaborado. É importante
explicar também por que isso funciona assim.
Texto do livro: Diga-me onde dói e eu te direi porquê
Texto do livro: Diga-me onde dói e eu te direi porquê
Viver ou se modernizar... A escolha é de cada um, porém, a consequência virá com certeza... A lei é para todos e igual em sua ação, assim sendo, minha ação me reverte em uma reação. O corpo reage aos pensamentos e emoções, por isso, é necessário, vivermos uma Vida mais simples se quisermos nos tornarmos humanos mais saudáveis...
Que o Criador nos conduza e nos possibilite maior lucidez.
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