Muitos filósofos têm escrito sobre a liberdade. Falamos
sobre liberdade, para fazer o que quisermos, para ter o emprego de que
gostamos, para escolher uma mulher ou um homem, para ler qualquer livro ou para
não ler absolutamente nada. Somos livres, e o que fazemos com essa liberdade?
Usamos essa liberdade para nos expressarmos, para fazer aquilo de que gostamos.
A vida está se tornando cada vez mais permissiva, você pode fazer amor no
parque ou no jardim.
Temos toda espécie de liberdade, e o que temos
feito com ela? Pensamos que onde há escolha há liberdade. Eu posso ir à Itália
ou à França: é uma escolha. Mas a escolha dá liberdade? Por que temos que
escolher? Se você é realmente lúcido, tem uma compreensão exata das coisas, não
há escolha. Disso resulta uma ação correta. Apenas quando há dúvida e incerteza
é que começamos a escolher. A escolha, então, se vocês me permitem dizê-lo,
constitui um empecilho para a liberdade.
Nos estados totalitários não há liberdade alguma,
pois eles têm a ideia de que a liberdade produz a degeneração do homem.
Portanto, eles controlam, reprimem — vocês sabem o que está acontecendo.
Então, o que é liberdade? É algo que se baseia na
escolha? É fazer exatamente o que queremos? Alguns psicólogos dizem que, se
você sente alguma coisa, não deve reprimi-la ou controlá-la, mas deve
expressá-la imediatamente. Jogar bombas é liberdade? — veja apenas a que
reduzimos a nossa liberdade!
A liberdade está lá fora, ou aqui dentro? Onde você
começa a procurar pela liberdade? No mundo exterior — onde você expressa o que
quer que você queira, a tal liberdade individual — ou a liberdade começa dentro
de você, para então se expressar inteligentemente fora de você? Compreendeu a
minha pergunta? A liberdade só existe quando não há confusão dentro de mim,
quando, psicologicamente, religiosamente, não há o perigo de eu cair em nenhuma
armadilha — você entende? As armadilhas são inúmeras: gurus, sábios,
pregadores, livros excelentes, psicólogos e psiquiatras — tudo armadilhas. E se
estou confuso e há desordem, não preciso, primeiramente, me livrar dessa
desordem antes de falar em liberdade? Se não tenho nenhum relacionamento com
minha mulher, com meu marido, ou com outra pessoa — porque nossos
relacionamentos são baseados em imagens — surge o conflito, que é inevitável
onde há divisão. Então, não deveria eu começar por aqui, dentro de mim, na
minha mente, no meu coração, a ser totalmente livre de todos os medos,
ansiedades, desesperos, e das mágoas e feridas de que sofremos por causa de
alguma desordem psíquica? Observe tudo por si mesmo e livre-se disso!
Mas, aparentemente, nós não temos energia. Nós nos
dirigimos aos outros para que nos deem energia. Falando com o psiquiatra nós
nos sentimos aliviados — a confissão e tudo o mais. Sempre dependendo de alguma
outra pessoa. E essa dependência, inevitavelmente, causa conflito e desordem.
Então, temos de começar a compreender a profundeza da liberdade; precisamos
começar com aquilo que está mais perto: nós mesmos. A grandeza da liberdade, a
verdadeira liberdade, a dignidade, a sua beleza, está em nós mesmos quando a
ordem é completa. E essa ordem só vem quando somos uma luz para nós mesmos.
Extraído do
livro de Krishnamurti – Perguntas e Respostas
A liberdade é um estado muito mais amplo, e, no entanto, desconhecido para boa parte desta humanidade... É necessário, estarmos mais atentos e disponíveis para que, essa Liberdade, se instale, de fato, em cada um...
Salve a Luz e a Paz
A liberdade é um estado muito mais amplo, e, no entanto, desconhecido para boa parte desta humanidade... É necessário, estarmos mais atentos e disponíveis para que, essa Liberdade, se instale, de fato, em cada um...
Salve a Luz e a Paz
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