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Dor de cabeça na visão metafísica

Posted by Magali Marcadores:


No âmbito metafísico, a dor de cabeça é indício de preocupação excessiva com determinadas situações que assumem um caráter perturbador.
A pessoa fica pensando de maneira obsessiva em fatos que, muitas vezes, fogem ao seu controle, mas nem por isso consegue se desligar.
Ao contrário, a falta de controle sobre as ocorrências provoca instabilidade emocional, levando ao desespero. Não consegue chegar a um denominador comum.
Perde-se nas conjecturas mentais desencadeadas pelas ocorrências que ficam impregnadas em sua mente, gerando desconforto, indignação e inconformismo. Rumina mentalmente o ocorrido de maneira a não se desligar um só instante, causando uma espécie de congestão psíquica, que pode desencadear uma crise de dor de cabeça. Portanto, pensar nas situações agradáveis ajuda as pessoas a se desligarem dos episódios ruins. Uma atitude comum entre as pessoas que sofrem de cefaléia é a de serem dramáticas. O drama aumenta a intensidade dos fatos ruins e reforça a confusão interior, enfraquecendo o potencial realizador. As pessoas que sofrem de cefaléia, geralmente comportam-se de maneira possessiva. Elas não sabem viver sem nenhum poder sobre as situações. É muito difícil para elas deixarem que os fatos simplesmente aconteçam, sem interferir nas ocorrências. Não permitem que nada escape ao seu controle, envolvem-se excessivamente com as questões exteriores, sobrecarregando-se de tarefas ou ficam com preocupações excessivas. Querem dominar as situações para garantir que tudo se desenrole conforme previsto. Buscam colaborar de alguma forma, tentam agradar os outros para se sentirem úteis, consequentemente, seguras. Estão frequentemente planejando estratégias mirabolantes para alcançar seus objetivos. Incluem as pessoas nos seus planos, sem prévia consulta.
Quando vão comunicá-las e não obtém boa aceitação, decepcionam-se.
Elas não conseguem compreender que suas estratégias têm uma finalidade própria e na maioria das vezes não estão de acordo com os objetivos alheios.
Nas pessoas que sofrem de enxaquecas, quando vão participar de algo, gastam muita energia psíquica nas conjecturas e planejamento das suas ações.
Não é praxe agirem no improviso. Gostam de ter tudo planejado e devidamente organizado para que nada dê errado. Exageram na organização por não se sentirem à vontade e em condições de lidarem com o inesperado.
As situações inusitadas são abominadas e causam certo pavor, provocando tensão e desconforto. São pessoas persistentes, que não se convencem facilmente.
Gostam de entender a fundo uma situação. Não se contentam com pouca explicação, querem atingir o cerne da questão. Pode-se dizer que não conseguem viver sem certa dose de preocupação. Quando nada acontece, procuram uma situação para se envolverem. Não suportam as situações em aberto nem ficar aguardando solução futura. Esperar é algo que provoca desconforto e agitação interior, pois ficam imaginando tudo o que pode ou não acontecer. Não sabem viver diante de incerteza, pois elas instigam a sua imaginação, que geralmente permeia na negatividade, causando-lhes grande turbulência psíquica.



Extraído do livro: Metafísica da Saúde 

Força, luz e paz na caminhada

O lado sombra, a verdade de uma realidade

Posted by Magali Marcadores:


O 1º passo para derrotar a sombra é abandonar todas as expectativas de derrotá-la. O lado obscuro da natureza humana manifesta-se na guerra, na dificuldade e no conflito. Assim que falar em "vencer", já perdeu. Você foi arrastado para a dualidade do bem e do mal. Quando isso acontece, nada pode acabar com a dualidade. De uma vez por todas, o bem não tem poder para derrotar seu oponente. Sei que isso é difícil de aceitar. Na vida de todos nós há ações passadas das quais nos envergonhamos e impulsos presentes contra os quais lutamos. Ao redor existem atos indescritíveis de violência. As guerras e os crimes devastam sociedades inteiras. As pessoas rezam desesperadamente a um poder superior que possa restaurar a luz onde a escuridão prevalece.
Há muito tempo, os realistas desistiram de ver o lado bom da natureza humana superando o lado mal. A vida de Sigmund Freud, um dos pensadores mais realistas a confron­tarem a psique, chegou ao fim enquanto a violência do nazis­mo devorava a Europa. Ele havia concluído que a civilização existe a um custo trágico. Precisamos reprimir nossos instintos selvagens e atávicos, de modo a mantê-los em xeque; porém, apesar de nossos melhores esforços, haverá muitas derrotas. O mundo irrompe na violência em massa; os indivíduos irrompem em violência pessoal. Essa análise implica uma forma terrível de resignação. Meu "eu bom" não tem nenhuma chance de viver uma vida pacífica, afetuosa e organizada, a menos que meu "eu mau" seja preso na escuridão, enjaulado em confinamento solitário.
Os realistas admitirão que a repressão, em si, é maligna. Se você tentar sufocar seus sentimentos de raiva, medo, insegurança, inveja e sexualidade, a sombra ganha mais energia para seu próprio uso. E esse uso é implacável. Quando o lado sombrio se volta contra você, começa o massacre.
Podemos exemplificar esse mecanismo citando indivíduos alcoólatras, que depois de períodos de sobriedade, muitas vezes, tem recaídas e abandonam o trabalho e seus familiares, o que os deixam exaustos e envergonhados quando as crises passam.
Estes desaparecem por semanas e, ao voltarem, todo seu remorso é recebido por ouvidos surdos. A esposa quer se separar. No entanto, ele reage com violência, agredindo-a, comportamento este que a mulher menciona nunca ter acontecido antes. Tal acontecimento pode, além de toda frustração e lágrimas, gerar temor por sua segurança.
Os dependentes que recaem transformam-se em uma exibição padrão do panorama psicológico em que se encontra, atualmente, o ser humano, bem como a sociedade em geral. São um exemplo extremo de uma situação comum: um self dividido. E o que isto quer dizer? Que o ser humano se desligou da essência espiritual e integral e dividiu-se em estruturas psicológicas e subpersonalidades que deixaram como herança comportamentos e pensamentos que ignoraram nossa origem divina.  Para os dependentes ou para qualquer indivíduo, a separação entre o "eu bom" e o "eu mau" não pode ser resolvida. Para pessoas que exercitam, mais constantemente, desenvolver um estado de consciência mais lúcido, normalmente, a tática para lidar com o lado sombrio é, relativamente, mais fá­cil. Não é difícil negar seus atos ruins, esquecer seus impulsos perniciosos, se desculpar por ficar zangado e demonstrar arrependimento pelas ações más. No entanto, para os dependentes essas práticas não se tornam regras fáceis, pois somadas às repressões habituais seus impulsos sombrios mostram-se quase incontroláveis.
Os demônios internos minam e estragam o prazer pela vida que conduz a um eterno crescimento e amadurecimento espiritual. Debocham da felicidade e, repetidamente, lembram os dependentes de sua fraqueza e maldade.
Digamos que essa descrição esteja quase correta. Há, no entanto, alguns ingredientes importantes. O hábito tem um papel significativo na dependência. Assim como as mudanças físicas que ocorrem no cérebro — as pessoas que abusam de substâncias psicoativas têm seus receptores cerebrais atingidos por químicas estranhas que acabam destruindo as reações normais do prazer e da dor. No entanto, esses aspectos físicos da dependência têm sido exagerados de modo grosseiro. Se a dependência fosse, fun­damentalmente, física milhões de pessoas não estariam fazendo uso casual de álcool e drogas. No entanto, fazem com um dano relativamente pequeno em longo prazo e com mínimas chances de dependência. Sem ingressar na controvérsia inflamada da dependência e suas causas, pode-se ver que isso não é um proble­ma isolado, e sim mais uma expressão da sombra.
Por essa razão, para tratar dependências, precisamos abor­dar a sombra e desarmá-la, além de nos conscientizarmos que poderão ser desenvolvidas outras expressões da sombra, como o temperamento violento, o preconceito racial, o chauvinismo sexual e muito mais. A primeira vista, esses fatores podem não parecer relacionados. Um chefe que pratica assédio sexual não demonstra o mesmo comportamento descontrolado de alguém que surra um homossexual, come­tendo um crime hediondo. No entanto, a sombra fornece uma ligação. Sempre que qualquer aspecto da natureza interior for separado, rotulado como mau, ilícito, vergonhoso, culposo ou errado, a sombra ganha poder. Não importa se o lado sombrio da natureza humana se expressa de forma violenta ou branda e, socialmente, tolerada. O fator essencial é que uma parte da natureza interior foi separada.
Depois de separado, o fragmento "ruim" perde contato com a essência do eu interior a parte que consideramos "boa" por conta de sua aparente ausência de violência, raiva e medo. A isso denominamos uma pessoa adulta que se adaptou tão bem ao mundo e às outras pessoas, destruindo sua ligação mais íntima com a consciência espiritual e divina. É fato que um indivíduo alcoólatra tem um eu bom e, portanto, poderia ter uma personalidade muito mais agradável e aceitável. No entanto, o esforço em reprimir o lado obscuro com a finalidade de construir uma personalidade resplandecente de bondade e luz é, em sua prática, um equívoco social. Ressalte-se, aqui, a surpresa de vizinhos que dizem às equipes de TV, depois de um grande tiroteio, ou outro crime hediondo, que o agressor "parecia um homem tão bom".
Certos tratamentos funcionam por um tempo. Conter nossas emoções e caprichos, bem como nosso desejo por comida ou bebida e, até mesmo, por sexo não nos faz elementos mais felizes e saudáveis. Manter constantemente a guarda, com receio de ter uma nova recaída, é atrair tal situação, pois o lado sombra, como mais intenso e negativo, só precisava esperar para se manifestar.
O fenômeno de chegar ao fundo do poço é bem conhecido nos círculos da dependência. Embora possa representar um risco terrível, pois, quando a sombra arquiteta seu blefe, ela recorre ao extremo da autodestruição, talvez seja o único caminho a percorrer. Não há limite prá­tico na extensão de sofrimento que é criado quando nos encontramos em meio a essa Névoa de Ilusão, pois dentro dela não existe nada além de fissura e o terror de não conseguir satisfazê-la.
Quando a perigosa jornada de chegar ao fundo do poço funciona, essa névoa se dissipa. Começamos a ter pensamentos verdadeiramente realistas. "Sou mais que minha dependência. Não quero perder tudo. O medo pode ser superado. Já é hora que isso acabe."
Nesses momentos, a natureza interior se coloca em movimento dissipando os bloqueios que impedem o crescimento e a evolução do ser. Sem antolhos.
Você só tem um eu. É o seu eu real. Ele está além do bem e do mal.
A sombra perde o poder quando a consciência pára de se dividir. Quando você já não está mais dividido, não há nada para ver além de si mesmo em todas as direções. Não há compartimentos ocultos, calabouços, celas de tortura ou rochas limosas onde se esconder. A consciência superior vê a si mesma. Essa é sua função mais básica, e, ao descobri-la, veremos que des­sa simples função pode nascer um novo ser, talvez, um novo mundo.



Texto adaptado do livro: O Efeito Sombra

Força, luz e paz na caminhada