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Lordose na visão metafísica

Posted by Magali Marcadores:

Resignação e anulação das vontades próprias. A existência de uma leve curvatura na região lombar, inclinada para dentro, é considerada normal. Quando essa curva se torna excessiva, é chamada lordose ou hiper lordose. Dentre as causas mais comuns destacam-se as posturas inadequadas: ao sentar; ficar em pé por muito tempo; compensação de alguma deformidade óssea ou formação de barriga que exige mudança na postura para o equilíbrio do corpo. A causa metafísica da lordose é o abandono das atividades prazerosas e/ou a atuação na realidade com desprazer. A falta de habilidade para viabilizar os meios propícios à realização do que dá prazer impede a pessoa de alcançar os seus objetivos. Na maioria das vezes, a impossibilidade de fazer o que se tem vontade, não se dá pela falta de condições ambientais ou financeiras, mas sim pela incapacidade de a pessoa se libertar dos outros ou dos seus afazeres. Ela apega-se às tarefas a ponto de só sair para descansar ou aproveitar bons momentos, quando está com tudo pronto. Prioriza as obrigações de tal maneira, que não se permite alguns momentos de descontração, enquanto não finalizar o trabalho.
Encontra-se tão aprisionada às suas incumbências, que não sobra espaço para o lazer. Não consegue parar alguns instantes e se dedicar aos afazeres corriqueiros; organizar suas coisas; assistir a um programa de televisão preferido; dialogar, brincar, sorrir etc. As obrigações sufocam os seus anseios. Quando a relação com o trabalho chega a esse ponto, prejudica a qualidade de vida. Certas pessoas encaram os compromissos como se fossem um sacrifício. Redimem-se aos afazeres, de tal maneira que a displicência causaria profundo desconforto. Sentem-se melhor fazendo o que é necessário, do que curtindo o lazer. Sofreriam mais com o não cumprimento das obrigações do que com o abandono do prazer. Os prejuízos desse auto abandono podem surgir em longo prazo, com a manifestação da lordose. Outro fator que interfere na livre expressão das vontades é o apego às pessoas com quem nos relacionamos. Mesmo com toda possibilidade para realizar nossos intentos, ficamos desolados por não ter a companhia de quem queremos bem. Ou, ainda, por não contar com o devido apoio e motivação daqueles que nos cercam para fazermos o que gostamos. Esse tipo de apego compromete a liberdade. Ao mesmo tempo que a relação nesses moldes nos preenche momentaneamente, com o passar do tempo vão surgindo as cobranças. Ficamos na expectativa de que o outro, de alguma forma, nos apoie, incentive ou nos acompanhe naquilo que apreciamos fazer. No entanto, o outro não se dá conta das nossas necessidades. Quem deveria se mobilizar por aquilo que nos satisfaz, seríamos nós mesmos; como não o fazemos, o outro, por sua vez, não se dá conta do quanto certas atividades são importantes para nós. Além de negligenciarmos o prazer, não assumimos a frustração de não ter feito o que tínhamos vontade. Geralmente, atribuímos aos outros nossos insucessos, alegando falta de compreensão, companheirismo ou incentivo, quando, na verdade, fomos nós que não conseguimos assumir o quanto era importante, naquele momento, certas atividades. Não raro, acusamos a quem queremos bem, como se essas pessoas fossem o empecilho para a satisfação dos nossos desejos, porém, somos nós que não conseguimos agir por conta própria, libertando-nos do apego. Resumindo, as frustrações e a perda da liberdade ocorrem principalmente pela falta de disponibilidade interna. As dificuldades existenciais e/ou a omissão dos outros não podem ser impedimento para as satisfações pessoais

Texto retirado do livro Metafísica da Saúde


Paz e Bem